Baladinha top hetero: uma experiência antropológica.
Fizemos o inusitado, entramos em uma baladinha TOP, em Taguatinga, e foi muito divertido.Queríamos dançar e procuramos então um lugar para entrar. Eram várias casas de show, uma ao lado da outra. Preços variados para entrar e filas enormes. Então, encontramos uma que era acessível o preço e não tinha fila. Entramos.Foi inevitável observar algumas coisas.
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Dançamos muito, muito mesmo. Não estávamos ali para fazer tipinho ou seduzir alguém, estávamos ali para se divertir. Assim fizemos.
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Vimos tantas pessoas estereotipadas esvaziadas de si mesmas (mais de 80% das pessoas lá dentro), que vendem uma imagem tão frágil quanto o nível da sua exposição, que se isolam, se exibem e se agridem.
Vimos mulheres em constante oferta do corpo e aparentando que estavam sempre à disposição do sexo oposto, que por sua vez se mostra viril sendo arrogante, prepotente e imaturo.
Nós dançávamos loucamente enquanto as outras pessoas ficavam recatadas, num processo constante de tentar seduzir uma outra pessoa ao tempo em que não se permite aproveitar a festa com medo de cometer algum deslize e assim perder a paquera. Olhares com inveja nos eram lançados. As pessoas não nos olhavam espantadas, olhavam na vontade de ter a liberdade de fazer aquilo também, sem medo. Por vezes, vimos algumas repetindo nossos passos.
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Nos cantos, víamos trabalhadores que passam a noite em pé limpando e cuidando da diversão alheia. Pessoas invisíveis, apesar da sua materialidade.
Uma senhora, com um rodo na mão, em pé no canto, relatou-nos que ficava ali limpando até o dia raiar. Outra senhora, no banheiro, tirava um cochilo para conseguir aguentar o trampo.
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E no meio disso tudo o que estávamos fazendo alí? Dançando e se divertindo como nunca antes. Mas sem perder de vista a capacidade de problematizar o que nos rodeava. Não é um julgamento. É uma forma de ver que vai além do aparente.
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Quando estávamos perto de ir embora, a banda ía começar a tocar, vimos um rapaz (deveria ter uns 28 anos, com postura prepotente, achando-se o dono do mundo) dando dois empurrões em sua namorada, que nada falava, isso na fila do Open Bar. Ele falou coisas, ficamos ofendidos, falamos com os seguranças, eles foram lá e nada fizeram. Depois disso, fomos para nossas casas.
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Parecemos dois adolescentes depois da primeira festa que os pais liberaram para ir. Um misto de alegria, de sensações. Foi divertido demais.
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Somos dois professores problematizando uma experiência.
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Somos Jennifer e Jefferson.
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Dançamos muito, muito mesmo. Não estávamos ali para fazer tipinho ou seduzir alguém, estávamos ali para se divertir. Assim fizemos.
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Vimos tantas pessoas estereotipadas esvaziadas de si mesmas (mais de 80% das pessoas lá dentro), que vendem uma imagem tão frágil quanto o nível da sua exposição, que se isolam, se exibem e se agridem.
Vimos mulheres em constante oferta do corpo e aparentando que estavam sempre à disposição do sexo oposto, que por sua vez se mostra viril sendo arrogante, prepotente e imaturo.
Nós dançávamos loucamente enquanto as outras pessoas ficavam recatadas, num processo constante de tentar seduzir uma outra pessoa ao tempo em que não se permite aproveitar a festa com medo de cometer algum deslize e assim perder a paquera. Olhares com inveja nos eram lançados. As pessoas não nos olhavam espantadas, olhavam na vontade de ter a liberdade de fazer aquilo também, sem medo. Por vezes, vimos algumas repetindo nossos passos.
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Nos cantos, víamos trabalhadores que passam a noite em pé limpando e cuidando da diversão alheia. Pessoas invisíveis, apesar da sua materialidade.
Uma senhora, com um rodo na mão, em pé no canto, relatou-nos que ficava ali limpando até o dia raiar. Outra senhora, no banheiro, tirava um cochilo para conseguir aguentar o trampo.
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E no meio disso tudo o que estávamos fazendo alí? Dançando e se divertindo como nunca antes. Mas sem perder de vista a capacidade de problematizar o que nos rodeava. Não é um julgamento. É uma forma de ver que vai além do aparente.
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Quando estávamos perto de ir embora, a banda ía começar a tocar, vimos um rapaz (deveria ter uns 28 anos, com postura prepotente, achando-se o dono do mundo) dando dois empurrões em sua namorada, que nada falava, isso na fila do Open Bar. Ele falou coisas, ficamos ofendidos, falamos com os seguranças, eles foram lá e nada fizeram. Depois disso, fomos para nossas casas.
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Parecemos dois adolescentes depois da primeira festa que os pais liberaram para ir. Um misto de alegria, de sensações. Foi divertido demais.
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Somos dois professores problematizando uma experiência.
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Somos Jennifer e Jefferson.
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